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DECEA e FAA debatem os impactos da ionosfera para a operacionalização do GBAS no Brasil

DECEA e FAA debatem os impactos da ionosfera para a operacionalização do GBAS no Brasil

O encontro foi realizado no Subdepartamento de Operações (SDOP), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), no Rio de Janeiro, e contou com representantes da Universidade de Stanford; da fabricante da estação GBAS - Honeywell; do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), responsável pela certificação do equipamento; pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Boeing.   Os especialistas, dasáreas de navegação por satélites, certificação, análise de fenômenos ionosféricos e análise de risco, buscaram estabelecer parâmetros de operação e certificação para a aplicação da tecnologia GBAS (Ground Based Augmented System) no Brasil.   O acordo de cooperação prevê o monitoramento do comportamento da ionosfera, que traz impactos ao funcionamento do sistema e difere do desempenho do equipamento em países situados no Hemisfério Norte.   A ideia é que o GBAS, sistema de aproximação de precisão, permita operações similares aos do Sistema de Pouso por Instrumento - ILS Categoria I, cuja altura de decisão (mínima) é de 60 metros e visibilidade entre 800 e 550 metros.   Assim como o ILS, o GBAS torna possível aproximações em condições meteorológicas adversas. Sua função é melhorar a exatidão, continuidade e disponibilidade da informação dos dados enviados para as aeronaves pelos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS, do inglês, Global Navigation Satellite Systems).   O desafio de entender o impacto das condições ionosféricas nos sistemas GNSS motivou a criação de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) dedicado ao tema, integrando instituições brasileiras de referência: INPE, Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Universidade Estadual Paulista (UNESP) e ICEA.   De acordo com o Capitão Engenheiro Leonardo Marini Pereira, da Subdivisão de Certificação do ICEA, o processo tem trazido amadurecimento ao Instituto. "Essa tem sido uma oportunidade única de trabalhar diretamente com alguns dos melhores especialistas em certificação da FAA", aponta. Por outro lado, o militar ressalta a importância do projeto para aárea de pesquisa do ICEA. "O impacto da ionosfera nos sistemas GNSS embarcados é um assunto de enorme relevância, sobretudo nas regiões de baixas latitudes. Isso motivou o DECEA, em parceria com as principais instituições de pesquisa do mundo - como a Universidade de Stanford e de Boston, nos Estados Unidos, e o INPE - a dedicar esforços para pesquisar o assunto".  

Entendendo fenômenos da natureza

Os estudos são necessários para analisar as particularidades da ionosfera a baixa latitude, localizada entre 60 km e 500 km de altitude, região caracterizada pela presença de cargas de íons e elétrons. O principal distúrbio que pode interferir nos sinais é conhecido como irregularidade equatorial ou bolhas de plasma, que nada mais é do que o deslocamento das chamadas ‘bolhas` de baixa ionização. A existência deste fenômeno na ionosfera pode provocar atrasos no sinal do satélite, gerando erro no cálculo da posição GPS. A ionosfera apresenta comportamentos distintos em diferentes latitudes. A análise é pioneira, já que outras regiões onde o GBAS foi instalado são países de média latitude, ou seja, com características diferentes da América do Sul.  

Cooperação técnica

Em julho de 2011, o DECEA fez a aquisição do primeiro equipamento do gênero no Brasil, com a finalidade de estudar os impactos do pico do ciclo solar sobre a estação. Foi definido um modelo que já estivesse em operação pelo mundo, em aeroportos da Europa, Estados Unidos e Austrália, a Estação SLS-4000 Smart Path GBAS.   Desenvolvido e comercializado pela empresa Honeywell, a estação GBAS foi instalada no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Desde então vem sendo realizados testes utilizando as aeronaves-laboratório do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV).   Em 2015, foi assinado um memorando de cooperação entre DECEA e a FAA para realização de pesquisas e análise de dados dos distúrbios ionosféricos e seu efeito no desempenho do GBAS. No ano passado, foi assinado um anexo a este memorando de cooperação técnica, que estabeleceu encontros entre especialistas da FAA e do Brasil para coleta, análise de dados ionosféricos, teste, avaliação e validação de dados com o objetivo de buscar a operacionalização da estação GBAS, no período de 2017 a 2021.   Fonte: DECEA por Gisele Bastos / Fotos de Fábio Maciel

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